Partido de Jean Wyllys abre processo para expulsar deputado por suas convicções cristãs

Publicado em: 15 maio 2015 ás 12:10:02

O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) deverá expulsar o deputado federal cabo Daciolo (RJ), evangélico, por causa de seu Projeto de Emenda Constitucional (PEC) que pretende alterar a origem do poder ao Estado brasileiro. Atualmente, o texto da carta magna diz que “todo poder emana do povo”, e Daciolo quer que se reconheça que todo poder “emana de Deus”.

Segundo informações do Congresso em Foco, a expulsão de Daciolo deverá acontecer no próximo final de semana, quando a executiva nacional do partido deverá analisar o caso. O diretório do PSOL no Rio de Janeiro, onde Jean Wyllys tem bastante influência, é o que defende de forma mais enfática a desfiliação do parlamentar.

Daciolo apresentou sua defesa à Comissão de Ética do partido, e esta encaminhou um relatório à direção da legenda. “O presidente nacional do PSOL, Luiz Araújo, acredita que a decisão deve ser mesmo a de pôr Daciolo para fora: “A tendência é a Comissão de Ética recomendar a expulsão”, resumiu Araújo, destacando que ainda não tinha lido o parecer.

Quando foi informado sobre a previsão de que seria expulso, Daciolo demonstrou pesar: “É mesmo, é? Só Deus mesmo, meu amigo… Só Deus no controle”, resignou-se. “Eu quero continuar no PSOL, crescer no PSOL. Vou continuar na luta para permanecer. Quero ver quais são os recursos a que tenho direito para reverter isso aí. Só falei de Deus e me expressei sobre os militares. Eles [da cúpula do PSOL] sempre souberam a minha posição”, lamentou.

Um dos defensores da expulsão de Daciolo, deputado Ivan Valente (PSOL-SP), líder da bancada do partido na Câmara, afirmou que acredita que o colega deverá ser expulso: “Está parecendo que há uma proposta [de expulsão]. O problema dele é a questão política, de incompatibilidade. Ele mexeu com cláusulas importantes, caras ao PSOL”, declarou.

Se for expulso, o parlamentar evangélico já foi convidado pelo pastor Sóstentes Cavalcante (PSD-RJ) para filiar-se ao seu partido, e recebeu dele orientações sobre como manter o mandato para o qual foi eleito: alegar perseguição política.

 

Fonte: Gospel +