Medidas de proteção e combate ao Aedes aegypti

Publicado em: 22 fevereiro 2016 ás 15:12:46

Nos últimos meses, o aumento dos casos de doenças transmitidas pelo mosquito Aedes Aegypti, especialmente dengue, Chikungunya e Zika Vírus, fez com que todo o país entrasse em estado de alerta para combater o mosquito. E para te ajudar nessa tarefa importante de acabar com os focos do mosquito, além de informar sobre as medidas de proteção, que deixamos aqui dicas importantes para você cuidar da sua família. Confira.

TRANSMISSÃO

A transmissão acontece pela picada da fêmea do mosquito Aedes Aegypti. Após entrar em contato com o sangue contaminado, o mosquito, a partir de então, pode transmitir o vírus para inúmeras outras pessoas.  Pessoas de qualquer idade ou sexo podem ser afetadas pelo vírus, mas os sintomas tendem a ser mais intensos em crianças e idosos.

SINTOMAS

Dengue: Os sintomas mais comuns são febre alta, cansaço excessivo, dores de cabeça, atrás dos olhos e no corpo, náuseas e vômitos.

Chikungunya: Apesar de ter sintomas parecidos com a dengue, a grande diferença da febre Chikungunya está no seu acometimento das articulações: o vírus afeta as articulações dos pacientes e causa inflamações com fortes dores, podendo ser acompanhadas de inchaço, vermelhidão e calor local.

Zika Vírus: Tem sintomas semelhantes aos da dengue, como febre, diarreia, náuseas e mal-estar. Porém, a grande diferença da doença é a erupção cutânea (exantema) acompanhada de coceira intensa no rosto, tronco e membros, podendo atingir a palma das mãos e a planta dos pés. Fotofobia e conjuntivite são outros sinais da doença.

Em caso de suspeita, procure imediatamente atendimento médico na unidade de saúde mais próxima. É recomendado o repouso e a ingestão de muito líquido. Medicamentos como o ácido acetilsalicílico e outros anti-inflamatórios não-esteróides como o ibuprofeno, naproxeno e diclofenaco são contra-indicados uma vez que estes podem causar ou agravar sangramentos. 

PREVENÇÃO

A melhor forma de prevenir essas doenças é a eliminação do mosquito. Como não existem vacinas ou medicamentos que impeçam a contaminação, é necessário diminuir a quantidade de mosquitos que circulam nos ambientes. Para isso, é fundamental eliminar os criadouros do Aedes aegypti, que coloca seus ovos em recipientes com água parada. O cuidado para evitar a sua proliferação deve ser feito por todos.

Eliminar garrafas, sacos plásticos e pneus velhos que ficam expostos à chuva, além de tampar recipientes que acumulam água como caixas d’água e piscina, são fundamentais para esse controle. Colocar areia nos vasos de plantas, desinfetantes nos ralos pequenos como cozinha e banheiro e limpar calhas e canos também são prevenções importantes.

PROTEÇÃO CONTRA O MOSQUITO

Colocar telas em portas e janelas pode ajudar a proteger sua família contra o mosquito da dengue.  Repelentes elétricos (aqueles que ligam na tomada): são úteis para reduzir a entrada dos mosquitos. Coloque-os próximo de portas e janelas. Hidratantes e cosméticos com perfumes atraem o mosquito. Prefira roupas claras, manga longa e calça comprida. Evite roupas escuras (que atraem o mosquito) e muito coladas ao corpo, pois elas permitem a picada. Resfrie o ambiente: ar condicionado e ventilador espantam o mosquito.

REPELENTE CERTO

O uso de repelentes é um método eficaz para se proteger, principalmente em viagens ou em locais com muitos mosquitos. Recomenda-se, porém, o uso de produtos industrializados. Uma pesquisa realizada pela Unesp (Universidade Estadual Paulista) revelou que repelentes caseiros, como andiroba, cravo-da-índia, citronela e óleo de soja, não possuem grau de repelência forte o suficiente para manter o mosquito longe por muito tempo.

Veja abaixo como identificar o melhor produto para cada pessoa e maneira, horário e frequência certa de aplicá-lo.

Substâncias

Icaridina: É o mais potente, pois não precisa ser reaplicado muitas vezes, podendo durar até 10 horas na pele. Por isso, é também, o mais difícil de ser encontrado no comércio. Repelentes que levam icaridina em sua composição, como o da marca Exposis, estão em falta nas farmácias.

Deet (Diethyl Toluamide): É o que está presente na maioria das marcas. A proteção dura, em média, de quatro a oito horas, dependendo da quantidade da substância na composição do produto.

IR 3535 (Ethyl Butylacetylaminopropionate): É o que tem menos risco de causar alergias e intoxicação, podendo ser usado em bebês com mais de seis meses. As outras substâncias, devido à chance de intoxicação, só podem ser utilizadas em crianças a partir dos dois anos. O efeito dura em média quatro horas.

Aplicação em crianças

Até seis meses: Crianças de até seis meses não devem usar nenhum repelente, devido à chance de intoxicação. Nesta fase, a melhor maneira de proteção é evitar ficar na rua nos horários de maior risco de picada do Aedes (nascer do sol até às 8h e no entardecer, entre 17h e 21h) e usar protetores de parede, próximos às portas e janelas da residência.

Entre seis meses e dois anos: O melhor é usar repelentes que tenham IR3535 na composição. A proteção é de quatro horas e deve ser usada uma vez só por dia.

Entre dois e sete anos: O repelente pode ser usado duas vezes por dia. Os produtos podem ter IR3535, Icaridina ou Deet infantil na composição. A duração da proteção é de, em média, três horas.

A partir de sete anos: Os produtos podem ser usados três vezes ao dia. Podem ser escolhidos repelentes que tenham qualquer uma das três substâncias na fórmula.

Gestantes

A recomendação geral para gestantes no primeiro trimestre de gravidez é de que não usem substâncias tóxicas nesta fase de formação do bebê. Mas, devido à incidência de microcefalia associada ao Zika Vírus, grávidas devem avaliar, com seus médicos, se usam ou não repelente, que pode conter qualquer uma das três substâncias. Além disso, gestantes devem tentar ao máximo manter o corpo coberto, afim de evitar a picada.

Adultos e idosos

Podem usar qualquer um dos repelentes, aplicados no máximo três vezes ao dia.

Dicas

Lave as mãos das crianças logo após a aplicação do repelente para evitar que sejam intoxicadas pelo produto. Passe repelente somente nas partes expostas do corpo, nunca nas cobertas por roupas. Evite dormir com repelente no corpo. Prefira outras formas de proteção.

Não aplique o produto próximo aos olhos, nariz, boca ou genitais. Repelente em spray tem mais risco de causar alergia porque fica retido no ar. Ele deve ser aplicado a uma distância de cerca de 15 centímetros em relação à pele. Se usar protetor solar, passe-o primeiro e aguarde 15 minutos para aplicar o repelente. O uso de óleos vegetais como repelentes (óleo de citronela e capim-limão) funciona, mas eles têm ação menos duradoura. Em média, de menos de duas horas.

  • Importante: Em caso de suspeita de reação adversa ou intoxicação, procure o serviço médico e leve a embalagem do repelente. Em casos graves, o Centro de Informação Toxicológica do Rio Grande do Sul (CIT) pode ser contatado (0800-721-3000, plantão 24 horas).