Datafolha e Ibope explicam diferença entre pesquisas e resultados no RJ

Publicado em: 7 outubro 2014 ás 10:14:49

Os dois principais institutos de pesquisas eleitorais, Ibope e Datafolha, divulgaram em suas últimas pesquisas antes da votação de domingo (5), números que, em comparação ao resultado oficial da votação, ficaram bem acima da margem de erro.

No sábado (4) o instituto de pesquisas Datafolha informou que o governador Luiz Fernando Pezão, candidato à reeleição, teria um adversário no segundo turno que ainda não estava definido.

Segundo o instituto, Anthony Garotinho, do PR, e Marcelo Crivella, do PRB, continuavam tecnicamente empatados.

Garotinho tinha 25% das intenções de voto, enquanto Crivella marcava 22%. Pezão tinha 36% das intenções de voto. A margem de erro era de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Mas, comparando com o resultado oficial, os números da pesquisa ficaram fora da margem de erro. Pezão teve 40,57%, 4,57 pontos percentuais acima do limite da margem de erro.

Garotinho ficou com 19,73%, diferença de 5,27 pontos percentuais. Já Crivella, que recebeu 20,26% dos votos válidos, ficou dentro da margem de erro.

“Há eleitores que não estão totalmente convictos do seu voto na véspera e acabam mudando no próprio dia da eleição”, disse Mauro Paulino, diretor-geral do Datafolha.

Também o Ibope mostrou em sua pesquisa de boca de urna números diferentes do resultado final da votação.  A diferença ficou bem acima da margem de erro de dois pontos para mais ou para menos. Pezão tinha 34% dos votos válidos e disputaria o segundo turno com Garotinho.

No resultado oficial, no entanto, Pezão teve 40,57% uma diferença de 6,57% pontos percentuais.

E o adversário de Pezão no segundo turno não seria Garotinho, mas Crivella. Na boca de urna, Garotinho aparecia com 28% das intenções de voto, dez pontos percentuais acima de Crivella, que, com 18%, ficaria em terceiro lugar.

O resultado oficial mostrou um cenário diferente: Garotinho somou 19,73% dos votos, uma diferença de 8,17% pontos percentuais em relação aos dados do Ibope – a margem de erro era de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Crivella somou 20,26%, quando na boca de urna marcou 18%, uma diferença apenas um pouco acima da margem de erro.

No sábado (4), o Ibope também divulgou pesquisa de intenção de votos, com os votos válidos, que mostrava que o adversário de Pezão deveria ser Garotinho. Pezão aparecia com 37%, com a margem de erro, ficava entre 35% e 39%, mas a diferença para o resultado oficial foi de três pontos percentuais. Garotinho tinha 27%, com a margem de erro poderia variar de 25% a 29%, mas teve 19%, sete pontos percentuais de diferença.  Crivella vinha em terceiro lugar com 20% dos votos válidos. A pesquisa acertou o percentual de Crivella, mas errou ao mostrar que o candidato não estaria no segundo turno.

A diretora do Ibope, Márcia Cavallari, explicou que o número de indecisos foi acima da média nesta eleição e que muitos eleitores deixaram para escolher o candidato na hora de votar.

A indecisão dos eleitores, segundo o Ibope, teria provocado uma distorção no resultado da pesquisa. No entanto, ela não vê necessidade de mudar a metodologia.

“As movimentações que ocorrem no final são mais difíceis de serem captadas pelas últimas pesquisas. Os eleitores estão decidindo cada vez mais tarde o voto de forma definitiva. Na verdade, o que houve no Rio de Janeiro foi uma movimentação talvez até pelo nível alto de rejeição do Garotinho onde houve um aumento muito grande do candidato Pezão e o esvaziamento da candidatura do Garotinho, fazendo com que Crivella fosse para o segundo turno. Em média o Ibope, nas últimas eleições, teve umj índice de precisão nas estimativas feitas de cerca de 95% e este ano esse índice ficou um pouco abaixo, em 92%”, disse ela.

 

Fonte: G1