Cantareira tem nova queda, vai a 10,3%, e Alto Tietê chega a 7% Publicado em: 17 novembro 2014 ás 15:17:00
O nível dos dois principais sistemas de abastecimento de água da Grande São Paulo voltaram a registrar queda nesta segunda-feira (17). O Cantareira, que abastece 6,5 milhões de pessoas, chegou a 10,3%. Já o Sistema Alto Tietê, que atende 4,5 milhões de habitantes, registrou índice de 7%, segundo a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).
A chuva esperada para o mês de novembro não veio com intensidade neste fim de semana. No domingo, nenhum dos sistemas registrou precipitação. No sábado, a chuva foi fraca no Alto Tietê: 0,2 milímetro.
Segunda cota do volume morto
No Cantareira, o nível de 10,3% registrado nesta segunda é referente à segunda cota da reserva técnica do sistema. O volume útil e o primeiro volume morto zeraram no dia 15 de novembro.
Desde 24 de outubro, a Sabesp passou a contabilizar mais 10,7 pontos percentuais no nível do sistema, referentes aos 106 bilhões de litros da segunda cota do volume morto. À época, quando o volume passou a ser contabilizado, a medição saltou de 2,9% para 13,6%. Entretanto, apesar da inclusão dos percentuais, a companhia informava que ainda não fazia a captação da nova cota.
Na quarta-feira, o superintendente do Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), Alceu Segamarchi Júnior, adiantou que a própria Sabesp afirmou em que provavelmente começaria a usar a segunda cota da reserva técnica neste sábado (15). Como não houve recuperação no nível das represas por causa das chuvas recentes, a previsão da companhia se concretizou.
Para a Agência Nacional de Águas (ANA), a captação da segunda cota em ao menos uma das represas que integram o sistema já tinha começado no mês passado, quando a Sabesp ainda não tinha obtido autorização para a captação. O governo do estado de São Paulo negou a irregularidade.
Outros sistemas
No Sistema Guarapiranga, a queda foi 34,6% no domingo para 34,4% nesta segunda.
O Sistema Alto Cotia caiu de 29,3%, no domingo, para 29,1% na segunda. No Rio Grande caiu, no mesmo período, de 65,6% para 65,3%. No Sistema Rio Claro, teve queda de 36% para 35,8%.
Reajuste em dezembro
Na sexta-feira (14), executivos da Sabesp informaram que o reajuste de tarifas pedido pela Sabesp para aplicação em dezembro deve ser maior que os 5,44% acertados no começo do ano, mas suspenso antes das eleições de outubro.
A empresa, controlada pelo governo do Estado de São Paulo, conseguiu o reajuste em meados de abril, mas na época a Arsesp, agência reguladora do setor, autorizou a aplicação do aumento das tarifas em “momento oportuno”.
No caso, o momento oportuno foi dezembro, conforme comunicado da empresa na noite de quinta-feira ao mercado.
Na sexta-feira, o diretor financeiro da Sabesp, Rui Afonso, afirmou a analistas em videoconferência que o reajuste pretendido “deverá ser maior que os 5,44%”, diante da necessidade de correção monetária. Ele não comentou qual será o índice a ser aplicado.
O processo de revisão tarifária deveria ter sido concluído em agosto de 2013, mas passou por uma série de adiamentos.
Equilíbrio financeiro
Segundo Afonso, entre os motivos citados pela Sabesp para pleitear o reajuste está necessidade de apoiar o equilíbrio financeiro da companhia, que fechou o terceiro trimestre com queda de 81% no lucro líquido, a R$ 91,5 milhões. A margem de lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustada caiu de 37,6% para 26,3%.
O resultado foi pressionado por forte aumento de custos num ano que a empresa está revendo investimentos e operações para focar na garantia do abastecimento de água da população, numa das piores crises de água vividas pelo Estado de São Paulo nos últimos anos.
Afonso afirmou que a empresa está monitorando com atenção suas obrigações financeiras, chamadas de “covenants”, para evitar descumprimento de termos acertados com credores em 2015.
“Os covenants estão sendo monitorados e, para 2015, todos os covenants relacionados à dívida líquida ou bruta sobre Ebitda sofrerão especial atenção para evitarmos qualquer descumprimento”, disse Afonso. Segundo ele, as métricas de endividamento serão cumpridas por meio de cortes de custos e do aumento das tarifas da empresa.
No terceiro trimestre, relação de dívida sobre Ebitda ajustado cresceu para 2,4 vezes, ante 1,9 vez no primeiro trimestre, segundo dados da companhia.
Fonte: G1