Entenda por que o RJ tem 2ª gasolina mais cara do país; SP é a mais barata

Publicado em: 28 julho 2015 ás 10:07:59

Carga tributária e baixa concorrência são motivos, como mostrou RJTV.
Frete do álcool anidro, usado na mistura, encarece preço do combustível.

O Rio de Janeiro é o maior estado produtor de petróleo do país, responsável por quase 67% do total extraído no Brasil. Porém, entre os estados produtores, tem a segunda gasolina mais cara, ficando atrás somente dos preços cobrados no Amazonas. Já São Paulo, que fica a menos de 400 km de distância, tem a gasolina mais barata do país. Conforme mostrou o RJTV, por causa da diferença do preço, muitos motoristas têm atravessado a divisa do RJ com SP em busca de combustível mais barato.

Em São Paulo, o litro de gasolina comum sai a menos de R$ 3 e o de etanol até por menos de R$ 1,70. Já no Rio, o litro do etanol se aproxima dos R$ 3. O da gasolina vai além, chegando perto dos R$ 3,80. Considerando os preços médios, a diferença na gasolina é de quase R$ 0,40, enquanto no etanol são quase R$ 0,70 a mais por litro.

O preço da gasolina pura nas refinarias de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense e na de Paulinia, no Noroeste Paulista, é o mesmo. Quando entra o álcool anidro, puro, que corresponde a 27% da mistura na gasolina comum, os custos começam a mudar. A maior parte do álcool sai de São Paulo e é o frete dele que encarece a mistura no estado fluminense.

Já em São Paulo, o etanol é mais barato, também, porque o imposto sobre esse combustível é menor do que o cobrado no Rio.

A diferença também é grande entre as cargas tributárias cobradas na gasolina vendida para o consumidor. Em SP, o imposto sobre circulação de mercadorias e prestação de serviços, o ICMS, é de 25%. No RJ, é de 30%, além de mais 1% do Fundo Estadual de Combate à Pobreza (FEE).

Ainda conforme mostrou o RJTV, em São Paulo, a existência de várias distribuidoras e de muitos postos espalhados pelas ruas aumentam a competição, o que faz os preços variarem bastante. Já no Rio, o consumidor vem acompanhando o número de postos reduzir a cada ano, principalmente nas áreas mais valorizadas, como na Zona Sul da cidade.

“A gente percebe aqui no Rio de Janeiro, principalmente na Zona Sul, Centro, Zona Norte, onde os terrenos vão sendo utilizados para outras coisas, os postos vão desaparecendo. Cada vez você vê menos postos. Então, com a concorrência menor, os preços vão ser naturalmente maiores. Então, as pessoas têm cada vez menos opções e, obviamente, é uma lei de oferta e procura. Quem fica, não só se aproveita desta situação, mas, provavelmente, está pagando mais caro para manter o seu posto de gasolina, ao invés de dar outra utilidade para o terreno”, avaliou o ex-diretor da Agência Nacional do Petróleo, David Zylbersztajn.

Fonte: Gospel Prime